Aqui estamos, num ringue onde a política é o esporte sangrento, direita contra esquerda em um combate eterno. Não lutam por verdade ou justiça, mas por uma dominação que nunca chega ao fim. Promessas são jabs no vazio, e os verdadeiros problemas, esses sangram nos cantos do ringue, esquecidos e pisoteados enquanto o público, sedento por sangue, aplaude a carnificina, esquecendo que o verdadeiro gladiador é cada um de nós, presos em uma luta sem vencedores.
Como seguidores de um culto, os partidários da direita e da esquerda veem seus líderes como salvadores, sem falha ou fraqueza. A fidelidade se transforma em fanatismo, a verdade torna-se um detalhe menor. A fé cega substitui qualquer pensamento crítico, e desafiar isso é visto como heresia. Esta adoração transforma seguidores em marionetes, guiados e manipulados por seus ídolos políticos.
Os políticos, mestres do ilusionismo, reciclam suas promessas desgastadas. Vestem-nas com novas palavras, mas as essências são as mesmas. Jogam o jogo do poder com as cartas marcadas da corrupção e da ganância. A única verdade que sobrevive é a mentira habilmente disfarçada de esperança.
A união muitas vezes surge na luta contra um inimigo comum, e nada cria inimigos melhor que a política. Esquerda e direita têm mais em comum do que admitiriam. Ambos precisam do outro para justificar suas existências, para manter acesa a chama do conflito.
No altar da política, o dinheiro é deus. Ele compra lealdades, vende ideias e decide quem tem voz e quem permanece silenciado. A democracia, essa pobre ilusão, se torna apenas uma fachada para uma oligarquia onde os poderosos puxam as cordas.
A cada quatro anos, o circo retorna à cidade. As eleições, um espetáculo montado para distrair das próprias amarras. Promessas vazias são vendidas como salvação, esperanças são negociadas no mercado das ilusões. Mas no final, a cortina se fecha, o espetáculo termina e a escuridão retorna, um pouco mais densa, um pouco mais fria.
Depois que a poeira baixa, o que resta é a desilusão. As promessas evaporam como fumaça e o povo, eterno espectador, fica à espera do próximo grande espetáculo, esperando, talvez, que desta vez algo mude.
No fim das contas, o caminho para fora dessa arena ensanguentada não é escolher um lado, mas reconhecer que a verdadeira batalha é contra a divisão que nos enfraquece. Devemos buscar, independente do lado, um caminho que nos fortaleça, em vez de apenas nos dividir.
E por último, um conselho para os sábios e um aviso para os tolos: não seja burro o suficiente para ter um político de estimação. Esses bichos são ferozes, famintos e não conhecem lealdade. Vão te comprar, te vender, e te deixar pelo caminho sem pensar duas vezes. Político não é bicho de estimação, é serpente. Melhor tratá-los com a cautela que toda serpente merece.